Tricologia
&
Transplante Capilar


Terapias Regenerativas com Células-Tronco da Gordura para Tratamentos Capilares
As terapias regenerativas com células-tronco derivadas do tecido adiposo (ADSCs) representam uma área promissora na medicina, especialmente no tratamento da queda de cabelo e na saúde do couro cabeludo. As ADSCs são células multipotentes que podem se diferenciar em diversos tipos de células e secretam fatores de crescimento e citocinas que promovem a regeneração tecidual, a angiogênese e a modulação da inflamação. A facilidade de obtenção do tecido adiposo, a abundância de células-tronco e sem risco de rejeição (por serem autólogas) tornam essa abordagem particularmente atraente para aplicações clínicas.
Células-Tronco Derivadas de Tecido Adiposo (ADSCs) As ADSCs são obtidas a partir de um procedimento minimamente invasivo. Elas residem na fração estromal vascular (SVF) do tecido adiposo. Após a coleta, o tecido é processado para isolar e concentrar as células-tronco. Essas células possuem características semelhantes às células-tronco mesenquimais de outras fontes, como a medula óssea, mas são mais facilmente acessíveis e podem ser obtidas em maior quantidade.
Propriedades e Mecanismos de Ação
As ADSCs exercem seus efeitos terapêuticos através de vários mecanismos:
1-Diferenciação: Podem se diferenciar em células de folículos pilosos, vasos sanguíneos e outras células do tecido conjuntivo, contribuindo para a reconstrução do microambiente capilar.
2-Secreção de Fatores de Crescimento: Liberam uma variedade de fatores de crescimento (como VEGF, HGF, IGF-1, FGF) que estimulam a proliferação e migração de células, promovem a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos) e nutrem os folículos pilosos.
3-Modulação Imunológica e Anti-inflamatória: Possuem propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias, que podem ser benéficas em condições inflamatórias do couro cabeludo, como algumas formas de alopecia.
4-Efeito Parácrino: Atuam no ambiente local através da liberação de exossomos e outras vesículas extracelulares que contêm proteínas, lipídios e ácidos nucleicos, influenciando o comportamento das células vizinhas.
Aplicações em Queda de Cabelo e Saúde do Couro Cabeludo
Alopecia androgenética (calvície de padrão masculino e feminino), aloecias cicatriciais e outras formas de queda de cabelo.
O objetivo é reativar folículos pilosos inativos ou enfraquecidos, promover o crescimento de novos fios e melhorar a saúde geral do couro cabeludo.
Na alopecia androgenética, os folículos pilosos encolhem (miniaturização) devido à sensibilidade aos andrógenos. As ADSCs podem combater esse processo ao estimular o crescimento capilar, os fatores de crescimento secretados pelas ADSCs podem prolongar a fase anágena (crescimento) , melhorar a vascularização aumentando o suprimento sanguíneo para os folículos, fornecendo mais nutrientes e oxigênio, reduzindo a Inflamação.
Outras Condições Capilares Além da alopecia androgenética, as ADSCs também estão sendo exploradas para:
-Alopecia Areata: Uma doença autoimune que causa queda de cabelo o em manchas. As propriedades imunomoduladoras das ADSCs podem ser benéficas.
-Alopecias Cicatriciais: Podem ajudar na regeneração de tecidos danificados e na melhora da qualidade da pele em áreas cicatriciais, o que pode favorecer o crescimento capilar em alguns casos.
-Qualidade do Cabelo: Mesmo em indivíduos sem queda de cabelo significativa, as ADSCs podem melhorar a espessura, densidade e brilho dos fios existentes.
Procedimentos e Técnicas
O procedimento de terapia capilar com células-tronco derivadas de tecido adiposo geralmente envolve as seguintes etapas:
1. Coleta de Tecido Adiposo: Uma pequena quantidade de gordura é coletada do próprio paciente, geralmente da região abdominal ou da coxa, através de um procedimento de minilipoaspiração minimamente invasivo e sob anestesia local. A quantidade de gordura necessária é relativamente pequena, variando de alguns mililitros a dezenas de mililitros.
2. Processamento e Isolamento das ADSCs: O tecido adiposo coletado é então processado em laboratório para isolar as ADSCs. Isso geralmente envolve a digestão enzimática do tecido para liberar as células, seguida de centrifugação para separar as ADSCs de outros componentes. O produto final é uma suspensão concentrada de células-tronco e fatores de crescimento, conhecida como fração estromal vascular (SVF) ou, em alguns casos, células-tronco mesenquimais adiposas (ADSCs) purificadas.
3. Aplicação no Couro Cabeludo: A suspensão de ADSCs é então injetada diretamente no couro cabeludo do paciente, nas áreas afetadas pela queda de cabelo. As injeções são realizadas com agulhas finas e podem ser combinadas com microagulhamento para otimizar a distribuição e a absorção das células e fatores de crescimento.
Combinação com PRP (Plasma Rico em Plaquetas):
Em alguns protocolos, as ADSCs são combinadas com PRP, que é uma concentração de plaquetas do próprio sangue do paciente. O PRP é rico em fatores de crescimento que podem potencializar os efeitos regenerativos das ADSCs.
Eficácia e Segurança
-Aumento da Densidade Capilar: Muitos estudos relatam um aumento significativo na densidade e espessura dos fios de cabelo em pacientes tratados com ADSCs, especialmente na alopecia androgenética.
-Melhora da Qualidade do Cabelo: Observa-se uma melhor na qualidade geral do cabelo, tornando-o mais forte, brilhante e menos propenso à quebra.
-Redução da Queda de Cabelo: A terapia pode ajudar a reduzir a taxa de queda de cabelo, estabilizando a condição. Reativação de Folículos Inativos: As ADSCs podem estimular folículos pilosos que estavam em fase de repouso prolongada ou miniaturizados a retomar o crescimento.
Uma das principais vantagens das terapias com ADSCs é o perfil de segurança favorável, principalmente devido ao uso de células autólogas (do próprio paciente), o que zera o risco de rejeição imunológica e transmissão de doenças.
É crucial que o procedimento seja realizado por profissionais qualificados e em clínicas que sigam rigorosos padrões de biossegurança e ética.